Executivo falha promessa de comprar 100 novos autocarros para minimizar crise de transporte na região do Grande Maputo, sobretudo nesta altura da pandemia da COVID-19. A aquisição dos meios circulantes estava prevista para até finais de Agosto e custaria seis milhões de dólares.
No dia 17 de Fevereiro deste ano, quando o país vivia o pico da segunda vaga da pandemia da COVID-19, o ministro dos Transportes e Comunicações, Janfar Abdulai, prometeu reforçar a frota de autocarros na região metropolitana do Grande Maputo. Recordemos suas palavras. “Nós estimamos em cerca de seis milhões de dólares que serão aplicados para a aquisição dos 100 autocarros”, referiu o governante naquele mês (Fevereiro), no dia em que visitava alguns postos de emissão de cartões Famba para se inteirar do seu funcionamento.
Essa foi uma promessa feita num contexto em que a zona metropolitana de Maputo vivia e continua a ter problemas crónicos de transporte público. “Está difícil tomar um transporte que me deixe no destino. Eu vou até Patrice, mas estou há mais de uma hora à espera de autocarro”, queixou-se Ivone José, com a atenção virada para os muitos autocarros que por si passavam, tentando ver o que vai ao seu destino e António, outro munícipe acrescentou: “Não está fácil”.
Não está fácil, tanto que o ministro sabe do problema que se agravou com as exigências de prevenção da COVID-19 e prometeu para até o final de Agosto a aquisição de 100 novos autocarros. O governante fez questão de dar detalhes para não haver dúvidas…
“Aqui, é importante referir que os autocarros que nós estamos a adquirir, 80 serão a gás e os outros a diesel”, destacou o ministro dos Transporte e Comunicações, Janfar Abdulai, em declarações à imprensa no dia 17 de Fevereiro.
Bom, com esses detalhes ninguém ousaria duvidar, mas acontece que Agosto chegou ao fim e nem carros movidos a diesel sequer foram comprados, mas “acreditar é ver. Uma vez que falaram de 100 machimbombos, se os mesmos chegarem, vamos acreditar porque dizendo, por dizer, não dá para acreditar”, mostrou-se céptico António, em relação à compra dos meios circulantes.
E porque a promessa do senhor ministro era vazia e, se calhar política, os poucos autocarros que existem na região metropolitana continuam um autêntico risco de contaminação pela COVID-19.
“Na hora de ponta não é fácil tomar o transporte e quando levam passageiros, ficam superlotados. A prevenção da COVID-19 é muito difícil”, disse Arsénia José, munícipe da Cidade de Maputo.
Os dizeres de Arsénia são secundados por Samuel Zandamela ao afirmar que: “É difícil, mas cada um deve se prevenir e seguir as recomendações das autoridades da Saúde ainda que seja difícil nos autocarros”.
O facto é que a cidade de Maputo continua a ser o epicentro da COVID-19 e não se descarta a possibilidade de os transportes serem um dos locais de maior propagação do vírus.
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