A polícia moçambicana matou esta segunda-feira Mariano Nhongo, líder de um grupo de guerrilheiros dissidentes da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), anunciou o comandante-geral da corporação, Bernardino Rafael.
Mariano Nhongo foi morto esta segunda-feira (11.10) pelas 05h00 (GMT) numa mata do distrito de Cheringoma, província de Sofala, centro do país, durante uma troca de tiros com uma patrulha da polícia moçambicana, anunciou Bernardino Rafael, comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), em declarações aos jornalistas em Maputo.
"As Forças de Defesa e Segurança (FDS) estavam em operações na região centro, o que resultou na morte de Mariano Nhongo, o líder da Junta Militar, e um dos seus seguidores mais próximos", afirmou.
"Recuperámos seis armas, uma pistola, 95 balas e uma [metralhadora] AK47", acrescentou.
O enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas (UNSG), Mirko Manzoni, já reagiu à morte do líder guerrilheiro e fez saber numa nota divulgada à imprensa que a sua missão esperava que "a situação tivesse sido resolvida de forma pacífica".
"Embora este seja um fim lamentável para a situação, reconhecemos os consideráveis esforços do Governo no sentido de recorrer a meios pacíficos para devolver a estabilidade à zona centro de Moçambique", lê-se no comunicado.
"Foram repetidamente abertas oportunidades para utilizar o diálogo em vez da violência, no entanto estas revelaram-se infrutíferas. Neste momento, o nosso pensamento está com o povo moçambicano, em particular o da zona centro, e reiteramos o nosso compromisso de apoiar os esforços destinados a trazer uma paz definitiva ao país", refere.
Mirko Manzoni escreve ainda que "este acontecimento não nos dissuadirá na busca pela paz, devendo servir para nos juntarmos e redirecionarmos esforços com vista a permitir que os restantes combatentes se juntem ao processo de DDR e a uma vida de paz".
Novo recomeço?
No Twitter, Piers Pigou, analista do International Crisis Group, questiona se a morte de Nhongo será "uma oportunidade" para consolidar o processo inacabado da Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR) dos ex-guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana.
O grupo de antigos guerrilheiros tem contestado a liderança da RENAMO e os termos do processo de DDR decorrentes do acordo de paz de agosto de 2019.
A autoproclamada Junta Militar da RENAMO tem protagonizado desde então ataques armados no centro de Moçambique que já provocaram a morte de 30 pessoas.
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